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TERMINUS DO TRÁFICO: URUGUAI

  • Foto do escritor: Equipe Operação Fronteira
    Equipe Operação Fronteira
  • 22 de mar. de 2019
  • 3 min de leitura

TERMINUS[1] DO TRÁFICO


BRASIL E URUGUAI

O Uruguai foi o primeiro país da América do Sul, juntamente com o Paraguai, a ter sua fronteira demarcada ainda no Reinado de Dom Pedro II. Porém a fronteira entre Brasil e Uruguai só veio se consolidar a partir do Tratado da Lagoa Mirim, onde ficou estabelecido que ao Uruguai pertenceria uma certa extensão da lagoa Mirim e três ilhas do rio Jaguarão. Fora a livre navegação entre águas brasileiras do rio São Gonçalo e a lagoa dos Patos.


Atualmente o país possui uma extensão de 176.215 km² com 3,2 milhões de habitantes e faz fronteira com o Brasil e a Argentina. Seu clima é o temperado, de florestas temperadas de plantas caducifólias. Tem sua base econômica sustentada principalmente pela agropecuária, na criação de bovinos e ovinos, exportando carne, lã e couro, e produzindo trigo, arroz e soja.


O Uruguai e o Brasil juntos fazem parte do Mercosul, bloco econômico do qual fazem parte também a Argentina e o Paraguai. Esse bloco tem por objetivo promover uma integração social, econômica e política entre os países, visando uma melhoria na atividade industrial dos integrantes e uma melhor relação com outros países fora do bloco. Juntos produzem um PIB (Produto Interno Bruto) de US$2.7 trilhões.


Apesar do Uruguai ser conhecido como um país pouco violento, de acordo com a fundação InSight Crime, nos últimos anos tem sofrido com o aumento da taxa de homicídios (vindos do narcotráfico) e o tráfico de pessoas (exploração sexual).


Os Resultados Não Foram os Esperados

Após a comercialização legal da maconha no país em 2017, coincidentemente a taxa de homicídios cresceram 66% na primeira metade de 2018, em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora a esse aumento continue sendo baixo em relação aos outros países da América do Sul, houve um aumento significativo dos delitos cometidos no país.


Esse aumento dos homicídios, para alguns, em nada tem a ver com a legalização e venda da maconha, mas sim pelo fato de que após o ocorrido, a venda ilegal do produto diminuiu muito fazendo com que a violência ligada ao tráfico ilegal também aumentasse. Com a legalização, o mercado da Cannabis lucrou R$83 milhões com a comercialização. Contudo, as disputas entre as gangues do tráfico aumentou por conta da competição por espaços de vendas ilegais, que agora não tem mais como foco o comércio da maconha, mas sim outras drogas como a cocaína e sua pasta base.


Um dos caminhos feitos pelos traficantes até o Uruguai é através de rotas terrestres no Rio Grande do Sul, passando pelo municípios de Uruguaiana e São Borja, na fronteira oeste, rumo à Santana do Livramento, para abastecer o mercado uruguaio.

Contudo, a experiência uruguaia influenciou outros países como o Canadá, Portugal, República Tcheca, e Espanha, que já estão trabalhando em legislações para descriminalizar e legalizar o uso da maconha.


A Verdadeira Face do Tráfico

De modo geral, o tráfico de pessoas consiste no ato de comercializar, escravizar, explorar e privar vidas, caracterizando-se como uma forma de violação dos direitos humanos por ter impacto diretamente na vida do indivíduo. Se houver transporte, exploração ou cassação de direitos, o crime pode ser classificado como tráfico de pessoas, não importando se há supostamente um consentimento por parte da vítima.


O tráfico de pessoas é, no mundo todo, o terceiro negócio ilícito mais rentável, logo depois do tráfico de drogas e de armas. Essa prática não exclui nenhum país, nenhuma região, nem indivíduos. Os países mais vulneráveis ao tráfico de seres humanos e à exploração sexual são particularmente os marcados pela pobreza, instabilidades políticas e desigualdades econômicas, os quais acabam por não oferecem perspectiva promissora, por exemplo.


Segundo o relatório global de 2018 do Departamento de Estado americano sobre o tráfico de pessoas, o Uruguai é país de origem, trânsito e destino tanto de mulheres quanto de crianças e até mesmo homens, que partem para o país na esperança de uma vida melhor iludidos com ofertas de trabalho, o que faz com que acabem sendo submetidos a trabalhos forçados e exploração sexual.


Em uma tentativa de enfrentar o problema, o Parlamento uruguaio aprovou mais uma lei em julho do mesmo ano, uma lei cujo objetivo é combater o tráfico.

[1] Terminus do latim “a fronteira”.


Autora: Gabriela Silva dos Santos.


Fontes:






 
 
 

2 Comments


Julia Fernandes
Julia Fernandes
Apr 29, 2019

É interessante notar que apesar desse problema com o tráfico, o Uruguai é um dos países mais avançados na América Latina em certas questões, como liberdade religiosa, legalização da maconha, a questão do aborto, entre outros.

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Francis Pedroso
Francis Pedroso
Mar 27, 2019

Gostei do texto! Faltam imagens, faltam um uso da linguagem menos formal.

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