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ESPERA... ELES FALAM INGLÊS?

  • Foto do escritor: Equipe Operação Fronteira
    Equipe Operação Fronteira
  • 10 de mai. de 2019
  • 5 min de leitura

GUIANA


Caros leitores, começamos aqui a discussão sobre mais um país limítrofe com o nosso Brasil, a República Cooperativa da Guiana. A região conhecida como Guiana Inglesa (liderada pelo presidente David Granger) compreende uma grande parte de terra ao norte do Rio Amazonas, conhecida como terra de muitas águas. Com 215.000km² e 770.000 habitantes, sendo a maioria homens, a Guiana é o terceiro menos país independente no continente sul-americano, depois de Uruguai e Suriname. Sua zona mais habitada é a faixa litorânea, onde o relevo é plano e pantanoso e em grande parte, posicionado abaixo do nível do mar se fazendo necessária a construção um complexo de diques para evitar inundações.



(Mapa da fronteira Brasil-Guiana)


SUA HISTÓRIA


Á área que atualmente corresponde à Guiana era ocupada por Arauaques, Caraíbas e Uaraus. Cristovão Colombo chegou à região no século XV, no entanto, o processo de colonização iniciou-se com os holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, em 1621. Os colonizadores realizaram o cultivo da cana-de-açúcar na Guiana, sendo essa atividade, a base da economia local.

Porém, em 1814, a Guiana passou a ser colônia inglesa, constituindo o único país sul-americano de colonização britânica. A Independência nacional foi obtida em 1966, ano que o país passou a integrar a Comunidade Britânica, grupo formado pelo Reino Unido e suas antigas colônias.


SUA ECONOMIA


A economia da Guiana baseia-se no setor primário (o mesmo é responsável por 30% do PIB do país). Entre as principais atividades econômicas, podemos citar a agricultura, que como produtos agrícolas são a cana-de-açúcar, mandioca, frutas e arroz, e o extrativismo de madeira, sendo a mineração de bauxita o produto de maior destaque, além da atividade pesqueira. O setor industrial é pouco desenvolvido, atua com baixo nível de desenvolvimento tecnológico e é extremamente dependente de investimentos estrangeiros.


(Ponte flutuante sob o rio Demerara, na capital da Guiana, na costa do Oceano Atlântico)



ASPECTOS FISIOGRÁFICOS


A superfície do território é constituída por planícies litorâneas ao norte, e por planaltos no centro do país. Os pontos mais elevados se encontram no extremo sul do país (fronteira com o Brasil). Existem muitos rios que cortam toda a extensão do território, com destaque para os rios Essequibo, Damerara, Berbice e Corentyne. O clima predominante é o tropical no Norte, e o equatorial no sul. As temperaturas são elevadas praticamente o ano todo, havendo uma baixa amplitude térmica. As chuvas ocorrem de forma abundante, especialmente no litoral. Na Guiana são identificadas variadas coberturas vegetais, com destaque para a floresta Amazônica, vegetações litorâneas (coqueiros e mangues) e savanas, nos pontos de relevo mais elevado.



POR QUE SUA POPULAÇÃO É TÃO DIVERSIFICADA E CONFLITOS


Como já foi dito, Cristóvão Colombo chegou nesse território no séc. XV, mas a colonização só começou com os holandeses da Companhia das Índias Ocidentais em 1621. Em 1814, a Guiana passou a ser dominada pela Inglaterra, sendo a única colônia britânica da América do Sul. Nesta mesma época, a Inglaterra (como outros países) usava da mão de obra escrava principalmente para a exploração de terra nas minas, todavia, segundo historiadores, a mão de obra escrava indígena não se adequou a essas atividades produtivas, e também com a abolição da escravidão em 1863, eles passaram a usar a mão de obra de indianos, chineses, indonésios e imigrantes. Contudo, a Guiana se tornou independente em 1966, quando se integrou à Comunidade Britânica, que era formada pelo Reino Unido e suas antigas colônias.

A população do país é constituída basicamente por índios, negros, mestiços e ameríndios (onde a miscigenação não se deu tão forte quanto no Brasil), no qual vivenciam nos últimos anos muitos problemas de caráter étnico, social e até religioso. Os conflitos têm ocorrido nos últimos 18 anos pelo menos e devem-se, segundo moradores e especialistas, ao crescimento do crime organizado no país. A grande maioria da população da Guiana é de indianos trazidos do Oriente na época em que o país ainda era colônia da Grã-Bretanha.


A maioria da população é composta por descendentes de indianos (respondem por cerca de 51%), africanos, mestiços e ameríndios. As principais religiões praticadas pela população são: protestantes (22%), católicos (11%), anglicanos (9%), hinduísmo (33%) e islamismo (8%).



CONFLITOS NA VIZINHANÇA


A recente descoberta de bilhões de barris em águas profundas na Guiana, levou o país numa crise política e acirrou uma antiga disputa territorial com a Venezuela (do ditador Nicolás Maduro).



A Venezuela reclama o equivalente a dois terços do território da Guiana, incluindo a área marítima onde o petróleo foi encontrado, a 200km da costa e um desafio do país será conseguir mão de obra qualificada para trabalhar, já que a maioria dos guianenses vivem foram fora do país (sobretudo nos Estados Unidos e no Canadá) e dentre essa população, 80% possuem curso superior, sendo capacitados a trabalhar no novo setor petroleiro e gerir o faturamento, que deve chegar a US$ 20 bilhões por ano, segundo o próprio governo.


(Aula ministrada pela Totaltec Oilfield Services, empresa guianense que busca treinar trabalhadores locais para o mercado petroleiro)


Segundo o FMI, a ex-colônia britânica será o país do mundo que mais crescera nos próximos três anos – em 2020 e em 2021, o salto será de 29,8% e 22,1% respectivamente.

Apesar da proximidade, a participação brasileira é quase nula. Podendo ter sido diferente a alguns anos atrás, segundo o ex-presidente Bharrat Jagdeo, que pediu ao então presidente Lula que ajudasse a levar a PETROBRAS para fazer pesquisas. Contudo, a conversa não prosperou.



RELAÇÃO COM O BRASIL - A Não Fronteira


Historicamente não há uma proximidade muito significante entre a Guiana e o Brasil apesar de tradicionalmente amigáveis. A fronteira entre os dois inicia-se num ponto de tríplice fronteira no planalto das Guianas, onde se encontram as fronteiras Brasil–Suriname, Guiana–Suriname e a Brasil–Guiana. Segue para oeste ao longo da divisória de águas entre a bacia do rio Amazonas e os rios da Guiana que drenam para o Oceano Atlântico (rio Essequibo, rio Courantyne) sobre a serra do Acari. A partir da nascente do rio Tacutu a divisória ruma em direção norte acompanhando este até a sua confluência com o Ireng, onde se estende a savana de Rupununi. Esta longa fronteira entre os dois, é quase inacessível, com rios cheios de cachoeiras, não navegáveis, grande vazio populacional e mata fechada, além das partes “acidentadas” tanto a leste como a norte que são particularmente difíceis de transpor. Apenas a parte central, plana e coberta por savanas é mais propícia à circulação.


Fechamos assim, mais uma consideração sobre um dos países que fazem fronteira com o nosso "Brasilzão" e infelizmente um dos mais esquecidos da América do Sul. Contudo, o que será da Guiana, pós descobrimento do petróleo? Como ficará seu cenário de disputa política-territorial? Isso fica para outro texto... Comenta aí em baixo o que você achou! Autora: Natália Rodrigues.


Bibliografia:

 
 
 

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