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SURINAME - NOSSO VIZINHO HOLANDÊS

  • Foto do escritor: Equipe Operação Fronteira
    Equipe Operação Fronteira
  • 24 de mai. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 26 de mai. de 2019

Queridos leitores, esta semana falaremos sobre o menor país da América do Sul, entretanto surpreendentemente muito bem desenvolvido. O Suriname oficialmente chamado de República do Suriname é um país do norte da América do Sul, limitado a norte pelo oceano Atlântico, a leste pela Guiana Francesa, a sul pelo Brasil e a oeste pela Guiana. Com pouco menos de 165.000 quilômetros quadrados, é o menor país da América do Sul. O Suriname tem uma população de aproximadamente 558.368 habitantes, a maioria dos quais vive na costa norte do país, dentro ou nos arredores da capital e maior cidade do país, Paramaribo. O Suriname é considerado uma nação medianamente desenvolvida, considerando o índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,725, considerado elevado, e com uma renda per capita de US$ 6,373 e perspectiva média de vida ao nascimento de 71,29 anos.


Sua história

O Suriname foi durante muito tempo habitado por vários povos indígenas índios aruaques, tupis e caraíbas antes de ser explorado pelas potências europeias do século XVI, chegando finalmente ao domínio holandês no final do século XVII. O objetivo era plantar cana-de-açúcar utilizando escravos como mão-de-obra, porém, em 1667, a Inglaterra negociou com a Holanda e trocou a região do Suriname, conhecida na época como Guiana Holandesa, pela Nova Amsterdã, hoje a famosa Nova York (EUA). Em 1815, após o Congresso de Viena, a Holanda efetivou a região como país e, em 1975, o Suriname conquistou sua independência, recebendo o nome que tem hoje, que foi inspirado nos índios Surinen, nativos da região. Durante o período colonial holandês, foi principalmente uma economia de plantação dependente de escravos africanos, mas que, após a abolição da escravidão em 1863, servos da Ásia foram contratados. Em 1954, Suriname tornou-se um dos países constituintes do Reino dos Países Baixos. Em 25 de novembro de 1975, Suriname deixou o Reino dos Países Baixos para se tornar um estado independente, mantendo, no entanto, estreitos laços econômicos, diplomáticos e culturais com seu antigo colonizador. Como legado da colonização, o povo do Suriname está entre os mais diversos do mundo, abrangendo uma grande quantidade de grupos étnicos, religiosos e linguísticos. Já na maior parte da década de 1980, o país foi governado por uma ditadura militar. No ano de 1987, ocorreu o fim da ditadura, porém, em 1990, ela volta a assumir o poder após um novo golpe. Em razão de uma forte pressão internacional, em 1991, houve eleições. Em 2001, Guiana e Suriname firmaram um acordo para a exploração conjunta do petróleo e gás, os quais se encontram em uma área disputada pelos dois países.


Mapa do Suriname

RELAÇÃO SURINAME-BRASIL

A relação entre os dois países teve seu início quando o Suriname declarou sua independência na década de 1970. Desde então, os dois compartilham de uma união sólida considerando o Brasil um de seus principais parceiros. Em 2004, foi assinado o “Acordo de Alcance Parcial”, que estabeleceu a preferência tarifária para o comércio de arroz entre os territórios. Atualmente, os países participam de projetos e iniciativas nas áreas de saúde, agricultura, preparação contra ao crime organizado, defesa e formação pessoal. Hoje, cerca de 35 mil brasileiros moram no Suriname (totalizando 8% da população). Como muitos deles trabalham com a exploração mineral, houve a necessidade de formar um grupo trabalhista para tratar de assuntos migratórios e consulares.

A relação do comercial entre os dois países é pouco significativa, entre outros motivos, devido ao isolamento econômico do Suriname em relação ao restante do continente sul-americano, à falta de infraestrutura ligando o Suriname com o Brasil (sem fronteiras terrestres) e à pequena complementaridade produtiva dos dois países. Embora haja um baixo volume de comércio, há um interesse histórico nos dois países para mudar este quadro.


PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS

A economia nacional tem no setor da mineração e dos recursos energéticos (ouro, petróleo e alumínio), sua principal fonte para a captação de recursos financeiros, que representam cerca de um terço do PIB. A agricultura e a manufatura, embora com menor atuação, permanecem como setores importantes. Já no setor de serviços, 45% do PIB é gerado principalmente pelas atividades comerciais e de transporte, e o setor informacional também é significativo, contribuindo cada vez mais para o aumento do PIB em até 16%, de acordo com dados do Banco Mundial.

Até pouco tempo atrás, mais ou menos em 2009, essa economia tinha a bauxita como uma das principais fontes de recursos, porém com a compra da transnacional BHO – Billinton, principal indústria de exploração de bauxita no país, pela Alcoa, acabou suspendendo suas atividades em 2010, provocando o desemprego de milhares de surinameses.



Fábrica de processamento de bauxita na cidade Paranam


SUA FRONTEIRA

O Suriname é o único país fronteiriço com o qual o Brasil não é ligado por meio de estradas. Há apenas dois voos entre Paramaribo e cidades brasileiras, em 2012 foi criada uma linha marítima entre os portos de Paramaribo, Itaqui e Santana.

Estima-se que haja 18 mil brasileiros no Suriname, representando 6% da população surinamesa. Estes são principalmente advindos do Norte e Nordeste do Brasil, atraídos principalmente pela mineração de ouro, que com a presença desses brasileiros a forma como se dava o garimpo foi modificada. Antes a mineração do ouro era realizada nos leitos dos rios (através da utilização de dragas e balsas), agora elas eram realizadas através de técnicas de desmonte hidráulico em terra firme, que por conta da facilidade de implementação, passou a ser predominante no Suriname. Ou seja, a mineração artesanal desenvolvida pelos quilombolas cedeu espaço para o ritmo empreendedor trazido pelos garimpeiros brasileiros.

Grande parte destes garimpeiros imigrou para o país na década de 1980 após a decadência da mineração em Serra dos Carajás e Serra Pelada. Muitos dos emigrados vivem isoladamente em bairros brasileiros nas principais cidades surinamesas, devido à barreira linguística representada pela língua neerlandesa, (idioma oficial do Suriname), permanecem no país devido à renda maior em comparação com os Estados de onde vieram.


PRINCIPAIS PROBLEMAS

Um dos principais problemas do Suriname, é o desmatamento das florestas tropicais do país para a extração do ouro. Esse desflorestamento tem crescido de forma constante desde a virada do século, com uma taxa de média de cerca de 3.000 hectares por ano, mas em 2014 estima-se que 5.712 hectares de cobertura florestal tenham sido perdidos devido a atividades relacionadas com a mineração do ouro.

Por se tratar de uma região de floresta tropical com montanhas cobertas de florestas e uma das mais altas taxas de biodiversidade, teme-se o impacto negativo no habitat de muitas espécies únicas, contaminação de grandes rios com metais pesados tóxicos que a atividade mineradora pode causar nessa região.

Outro problema que podemos destacar é a imagem que os surinameses têm imigrantes brasileiros, ligando-os sempre a mineração de ouro (embora nem todos os brasileiros sejam ligados ao garimpo), à criminalidade nas regiões de garimpo e ao sexo, influenciando diretamente nas relações interpessoais. Esses são representados como ameaça a etnia desse povo que se expressa no cotidiano por badernas, crimes, envolvimento com tráfico de drogas ou até mesmo, histórias de esposas surinamesas que vão a público defender seus casamentos.


Autoria: Grupo Operação Fronteira (Gabriela Santos, Júlia Fernandes, Natália Côgo e Natália Rodrigues).


Fontes



 
 
 

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