ABRAM ALAS PRO PERU!
- Equipe Operação Fronteira
- 20 de abr. de 2019
- 4 min de leitura
Essa semana iremos falar da fronteira do Brasil com o Peru. Fronteira essa que foi oficialmente demarcada em 8 de setembro de 1909, com um tratado assinado no Rio de Janeiro, estabelecendo princípios gerais sobre seu comércio e navegação. Essa fronteira possui uma extensão total de 2.995,3 km, dos quais 2.003,1 km são por rios e canais, 283,5 km por linhas convencionais e 708,7 km por divisor de águas. Os estados brasileiros que estão na Fronteira com o Peru são, o Acre e o Amazonas, que tem o Rio Amazonas cortando os dois países e desaguando no Oceano Atlântico.
Talvez algumas pessoas não saibam, mas o Rio Amazonas tem sua nascente no Peru, mais precisamente na Cordilheira dos Andes, onde começa com um volume baixo das águas. Até chegar em terras Brasileiras, o rio recebe diversos nomes, como Apurimac, Ene, Tambo e Ucayali, e quando chega no Brasil, recebe o nome de Rio Solimões, e se torna Amazonas quando se encontra com o Rio Negro.
O Peru possui uma área de 1.285.216 km² com uma população de 32.162.184 habitantes, fazendo fronteira com o Brasil, Equador, Bolívia, Chile e Colômbia. Possui uma variedade de línguas das quais o espanhol é o idioma oficial, tendo a capital do país em Lima. Peru possui clima árido tropical na região litorânea e equatorial na região da Floresta Amazônica. Em suas principais atividades econômicas estão, a agricultura, a pesca, a exploração mineral, manufatura de produtos têxteis e seus principais produtos exportados: são o cobre, ouro, estanho, zinco, minério de ferro e petróleo.
A Migração dos peruanos para a Amazônia
São três as capitais amazônicas brasileiras que mais recebem imigrantes peruanos, sendo elas Manaus (Amazonas), Rio Branco (Acre) e Porto Velho (Rondônia).
A migração dos peruanos para a Amazônia tem sido causada pela pobreza e falta de oportunidades econômica em seu países de origem. Muitas vezes essas migrações são feitas através de rotas fluviais, saindo por exemplo da cidade de Iquitos e seguindo pelo Rio Amazonas até chegar no estado do Amazonas.
Segurança na Fronteira
Por se tratar de uma região geoestratégica, tem se usado a fronteira acreana, tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia, para o escoamento de drogas ilícitas usando a Amazônia como porta de entrada para a economia ilegal na fronteira. Com isso, tem se buscado coibir esse tráfico por meio de políticas públicas no estado do Acre.
Tem se tentado intensificar a segurança nessa área de fronteira através de propostas de programas de planejamento referencial estratégico de segurança das regiões integrantes das linhas e faixas de fronteira no perímetro nacional, afim de buscar o fim dos elevados índices de violência registrados oficialmente nos inúmeros Anuários Brasileiros de Segurança Pública. Como por exemplo, destaca-se o fato ocorrido em 2017 que foi a “guerra entre facções criminosas”, nas penitenciárias da região Norte, pela disputa e domínio das rotas do narcotráfico na região amazônica.
Registros oficiais do Sistema Integrado de Segurança Pública confirmaram que em 2015, a frequência de homicídios dolosos na faixa fronteira é de 75% e 25% na linha fronteira, o que representa em média histórica o percentual relativo de 61,83% de ocorrências de homicídios dolosos na faixa de fronteira em relação à linha de fronteira do Acre.
Com isso, ausência de política de estado de segurança pública na esfera do estado do Acre, evidencia a exposição da sociedade à insegurança pública. Assim, compreender a articulação feita pelo estado para a manutenção dos direitos básicos à sociedade na região fronteiriça, é de fundamental importância para entender as bases dos planejamentos adotados na gestão das faixas de fronteira.
Estrada do Pacífico
Outra forma de ligação entre os dois países é pela Estrada do Pacífico, também conhecida como Rodovia Interoceânica, que em território brasileiro é identificada como BR-317 e no Peru é conhecida apenas como Carretera Interoceanica, ligando o Acre ao litoral sul do Peru.
Aqui no Brasil a Estrada do Pacífico começa na BR-364 em Porto Velho (RO) e no Acre continua pela BR-317, passando por Rio Branco e chegando até Assis Brasil. Já no território vizinho, o Peru, ela se divide em duas, uma em direção a Oeste, que no Peru segue pela rodovia PE-030, desde Nazca, passando por Cuzco, até o porto de San Juan de Marcona. Na outra rota, em direção ao Sul, se divide novamente em duas, na região próxima ao Lago Titicaca, e segue pela PE-034 até o porto de Matarani e pela PE-036 até o porto de Ilo.
A estrada em muito favorece a integração entre os dois países tanto no turismo e no comércio, garantindo o acesso dos produtos brasileiros no Oceano Pacífico e os produtos peruanos no Oceano Atlântico.
Foi inaugurada em 2006, e em 2007 no lado brasileiro, que já começou a funcionar plenamente com toda a estrada asfaltada. Mas no lado peruano, só foi começar a funcionar em 2010.
Benefícios da Interoceânica
Embora o comércio entre o Brasil e o Peru continue sendo maior pelo transporte aéreo e marítimo, em 2011, quando a rodovia começou a funcionar de fato, houve um crescimento de 3% nas exportações brasileiras e 5% nas peruanas. Essas relações bilaterais de comércio, é de grande importância para os dois países, pois serve como impulso para o crescimento de regiões pouco desenvolvidas.
Os benefícios da Interoceânica não foram aproveitados apenas pelo estado do Acre, mas também pelos estados de Rondônia e Mato Grosso, que tiveram um crescimento percentual entre os anos de 2008 e 2015. No Acre foi algo em torno de 481%, em Rondônia 140% e no Mato Grosso o crescimento do comércio foi de 32% e o fluxo rodoviário 11%.
Os produtos que tem passado pela rodovia são produtos primários como a soja, carne e minério de ferro e produtos industrializados.
Por: Gabriela Santos
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